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Música

O disco das ancas de MOMO.

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Divulgação

Gira, sétimo disco de MOMO., cidadão do mundo: Rio de Janeiro, Chicago, Portugal, Espanha e agora Londres. Esse disco celebra um momento iluminado de paternidade e paz de espírito. Assim como os Rolling Stones fugiram para a França por conta de exorbitâncias tarifárias, Momo partiu para Londres para cuidar de sua filha de uma maneira mais humana, com civilidade e creche, ganhos sociais de antes do Brexit.

Essa luz de Leonora reverbera no disco de afrobeats, com letras simples e otimistas, assim como foi o disco que é norte deste álbum: o clássico Gil & Jorge: Ogum, Xangô. Em Gira, que é turnê, é roda de candomblé, é saudade de casa, é família, é um mantra, e é radical no conceito de que prescinde que o ouvinte dedique tempo longo e concentração quando se posta as orelhas nele. É de consumo prolongado, ao contrário de tudo que há hoje. É lindo isso.

O oásis que MOMO. encontra no estúdio e ponto de encontro da cena londrina Total Refreshment Centre fez de Gira um divisor de águas na carreira do carioca. Ele, que sempre foi conhecido por fazer música folk, introspectiva e melancólica, produziu um trabalho focado nos beats, nas levadas e nos grooves, movendo as ancas, balançando, numa onda mais alegre e solar.

O clima da cidade e a cena local afetaram positivamente o trabalho, que será lançado pelo prestigiado selo londrino Batov Records. Durante as gravações MOMO. chamava os músicos para uma espécie de jam session de improviso e, a partir dessa experiência, ia moldando as músicas ao sabor dos encontros.

Novos amigos e convidados, incluindo Alabaster DePlume no saxofone tenor (que Marcelo fez turnê junto), Jessica Lauren nos teclados, Tamar Osborn no saxofone barítono, Nick 'Emanative' Woodmansey na bateria, Magnus Mehta na percussão, Rosie Turton no trombone e os brasileiros Caetano Malta e Regis Damasceno no baixo jogam o disco no céu.


MOMO., agora chama Londres de seu lar. Seu álbum de estreia, de 2006, A Estética do Rabisco, foi nomeado um dos melhores do ano pelo Chicago Reader e colocou o caminho musical de Marcelo em movimento. Seu talento como cantor e compositor já lhe rendeu elogios de grandes nomes como Patti Smith e David Byrne, e ele foi convidado a participar de A Tribute to Caetano para celebrar o 70º aniversário da lenda da música brasileira, Caetano Veloso.

Inspirado ao ver sua filha pequena dançando ao som de algumas músicas em casa, o artista pensou: "Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar." E Gira foi a melhor maneira de capturar essa energia espontânea, com muitas coisas acontecendo ao vivo: "Vamos nos divertir." Ao colaborar com seu velho amigo Wado nas letras de seis das dez músicas do álbum, os temas, que antes eram mais pessoais, agora caminham para cantos de trabalho, menos autorreferentes e mais alegria no labor.

Gira é ponto de partida para Momo, cresce a partir do groove – e equilibra essa nova ênfase na improvisação com a composição. "A vida me trouxe para Londres e acho que fiz meu álbum mais leve."


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