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STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe de estado

Com decisão unânime, ex-presidente e aliados serão investigados por conspiração contra a ordem democrática após derrota nas eleições de 2022

Por Redação da GLP4

26/03/2025 às 21:53:39 - Atualizado há
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em um marco histórico para a Justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (26) aceitar, por unanimidade, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Com placar de 5 a 0 na Primeira Turma do STF, Bolsonaro foi formalmente tornado réu sob a acusação de tentar articular um golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022.

A decisão também envolve outros sete nomes ligados ao ex-presidente, incluindo figuras de destaque como o ex-ministro da Casa Civil, Braga Netto, e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Todos passam agora à condição de réus no processo que investiga a tentativa de desestabilizar a ordem democrática e abolir violentamente o Estado de Direito.

Segundo o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, há indícios consistentes de que os acusados participaram ativamente de uma trama com o objetivo de reverter, por meios ilegais, o resultado das eleições. O ministro destacou que os fatos foram corroborados por vídeos, depoimentos e documentos que apontam para a articulação de atos antidemocráticos, especialmente os ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas em Brasília.

A denúncia da PGR sustenta que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o intuito de subverter o processo eleitoral e instigar uma ruptura institucional. A acusação cita reuniões, falas públicas e omissões estratégicas como parte de um plano que culminaria em um golpe militar ou em medidas que impedissem a posse do presidente eleito.

Para especialistas, essa é uma das decisões mais emblemáticas do Supremo desde a promulgação da Constituição de 1988, ao colocar um ex-presidente no banco dos réus por crimes contra a democracia. A partir de agora, o processo entra na fase de instrução, que envolve coleta de provas, oitiva de testemunhas e demais diligências judiciais.

Jair Bolsonaro, por sua vez, nega veementemente as acusações e afirma ser vítima de perseguição política. Seus advogados já indicaram que irão recorrer da decisão e reforçarão a tese de que não houve qualquer ação concreta por parte do ex-presidente que configure tentativa de golpe.

A pena prevista para os crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito pode ultrapassar 40 anos de reclusão. O desfecho do caso promete não apenas influenciar o futuro político de Bolsonaro, mas também reafirmar os limites constitucionais da democracia brasileira frente a ameaças institucionais.

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