A crescente exposição das crianças nas redes sociais é uma realidade preocupante que muitos pais não conseguem perceber até que seja tarde demais. Compartilhar fotos em trajes de banho ou momentos privados dos filhos parece inofensivo, mas, como alerta Daniela Cracel, especialista em saúde mental infantil, "Cada imagem postada é uma porta aberta para criminosos e pedófilos. Eles estão observando e usando essas fotos para criar fantasias perigosas sobre as crianças."
A pedofilia, um transtorno psicológico em que adultos sentem atração sexual por crianças, é uma ameaça silenciosa nas redes sociais. "Os pais precisam entender que, ao expor seus filhos sem pensar nas consequências, estão alimentando esses doentes com material visual que pode ser usado contra a criança", explica Daniela. Ela também destaca o risco de sequestros, abuso e outras formas de exploração sexual, que podem ser facilitadas por postagens aparentemente inofensivas. "Quando você compartilha uma foto, você perde o controle sobre quem a verá e como ela será usada. A internet não esquece", alerta.
Outro comportamento que tem se tornado cada vez mais comum nas postagens de pais, e que também representa um grande risco, é a exposição de crianças em situações que envolvem bebidas alcoólicas. Muitas vezes, é compartilhada uma foto ou vídeo onde a criança aparece próxima a bebidas, ou até mesmo fingindo beber. "Esse tipo de exposição é extremamente perigoso, porque passa uma mensagem errada para os predadores. Eles podem interpretar essas imagens como um sinal de que a criança está sendo sexualizada ou colocada em contextos inadequados, e isso pode despertar interesses doentios", explica Daniela.
Expor crianças em momentos em que parecem estar associadas ao consumo de álcool, mesmo que de forma inofensiva ou como parte de uma brincadeira, é um comportamento que pode atrair a atenção de indivíduos com más intenções. "Esses criminosos observam atentamente e criam narrativas baseadas em imagens que sugerem comportamentos inadequados. Uma simples foto com a criança perto de uma bebida pode alimentar essas fantasias e aumentar os riscos para ela", adverte a especialista.
A boa notícia é que há maneiras de proteger as crianças, e a chave está na conscientização. O método "Borbolete-se", desenvolvido por Daniela, tem ajudado muitos pais a entenderem o impacto das suas ações online. "A educação digital é essencial para que os pais saibam o que é seguro compartilhar e o que deve ser mantido em privacidade. É vital que os pais compreendam o papel que têm na proteção da privacidade e da segurança dos seus filhos", afirma Daniela.
Ela acrescenta que os pais devem estar atentos ao conteúdo que seus filhos postam e estabelecer um diálogo constante sobre os riscos da internet. "A falta de atenção pode custar muito caro. Quando falamos de segurança digital, estamos falando de proteger as vidas de nossas crianças. O mais simples gesto pode salvar uma vida."
No final, Daniela Cracel deixa um conselho crucial: "Antes de postar qualquer coisa, pergunte-se: esta imagem pode ser vista por um pedófilo ou um criminoso? Se a resposta for sim, repense. A privacidade dos seus filhos vale mais do que qualquer curtida ou comentário."
Em um mundo onde os riscos digitais crescem exponencialmente, a proteção começa com a conscientização dos pais. O cuidado com o que se compartilha nas redes sociais não é apenas uma questão de privacidade, mas de segurança e proteção contra ameaças invisíveis, porém reais.