O mundo do entretenimento sempre foi associado ao glamour, mas, por trás dos holofotes, a realidade pode ser bem diferente. Pressão por sucesso, agenda exaustiva e a cobrança constante do público fazem da indústria do entretenimento um ambiente desafiador para a saúde mental. A psicóloga Daniela Cracel, especialista em Saúde Mental pela Santa Casa, explica como a fama pode afetar o equilíbrio emocional e por que esse impacto não se limita apenas às celebridades.
"A indústria do entretenimento exige uma performance constante. Artistas, apresentadores e influenciadores precisam estar sempre disponíveis, felizes e produtivos. Isso cria uma desconexão entre a imagem pública e a vida real, gerando altos níveis de ansiedade e exaustão", explica Daniela. "Muitos acabam desenvolvendo crises emocionais justamente porque não conseguem sustentar essa expectativa o tempo todo."
Nos últimos anos, diversas personalidades interromperam carreiras para cuidar da saúde mental. Esse movimento ajudou a desmistificar a ideia de que sucesso profissional e bem-estar andam sempre juntos. No entanto, a psicóloga alerta que o impacto do entretenimento vai além do universo dos famosos.
"Os fãs e consumidores de conteúdo também são afetados. Quando uma pessoa vê artistas vivendo vidas aparentemente perfeitas, pode sentir que sua própria rotina é monótona ou insuficiente. Isso pode alimentar inseguranças, frustrações e até crises de identidade", afirma Daniela.
Segundo a especialista, o segredo para um consumo saudável do entretenimento está no equilíbrio. "É importante lembrar que o que vemos na mídia é recorte, não realidade. A felicidade vendida na tela não representa a vida inteira de ninguém", enfatiza.
No fim das contas, tanto para quem está no palco quanto para quem assiste, a chave é buscar autenticidade e bem-estar. "O entretenimento pode ser uma válvula de escape e uma fonte de inspiração, mas não deve ser um modelo de comparação. O mais importante é reconhecer os próprios limites e cuidar da saúde mental, independentemente da profissão ou da visibilidade", conclui Daniela Cracel.