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A Dúvida e a Certeza: Reflexão de André Luiz Santiago Eleutério

Confira!


Vivemos tempos estranhos. O conhecimento nunca foi tão acessível, mas, ao mesmo tempo, as certezas infundadas nunca foram tão barulhentas. A frase que inspirou este texto diz algo profundo: os inteligentes estão cheios de dúvidas, enquanto os idiotas estão cheios de certezas sem nenhum fundamento. E, se olharmos ao nosso redor, parece que essa realidade se confirma a cada dia.

Quantas vezes você já hesitou antes de afirmar algo? Parou para pesquisar, questionou-se, revisou suas fontes e, mesmo assim, ainda ficou com aquela pontinha de dúvida? Se você é uma dessas pessoas que se preocupa com a verdade, que entende a complexidade das coisas e que percebe que o mundo não é preto no branco, então você faz parte do grupo que pensa antes de falar. E, ironicamente, isso pode te fazer sentir pequeno, inseguro e, às vezes, até deslocado. Mas essa dúvida, por mais angustiante que seja, também é um sinal de inteligência.

O grande problema é que, do outro lado, há quem não pense duas vezes antes de afirmar qualquer coisa com convicção absoluta. E o pior: essas pessoas falam alto, ganham seguidores, convencem multidões e, muitas vezes, influenciam decisões importantes. O grito da ignorância costuma ecoar mais do que o sussurro da sabedoria. O conhecimento exige estudo, análise e humildade para reconhecer que ninguém sabe tudo. Mas a ignorância tem a ousadia da simplicidade: quem não sabe, muitas vezes, acha que sabe de tudo.

Isso acontece porque a dúvida exige esforço. Requer humildade para reconhecer que não sabemos tudo, disposição para mudar de opinião quando novas evidências surgem e paciência para construir um raciocínio bem fundamentado. Já a certeza ignorante é confortável. É fácil acreditar que se tem todas as respostas sem precisar questioná-las. É mais simples escolher um vilão, um culpado, uma explicação rasa para qualquer problema do que admitir que as coisas são mais complexas do que parecem.

E, assim, seguimos vendo discursos rasos sendo compartilhados como verdades absolutas. Fake news se espalham mais rápido do que qualquer explicação bem fundamentada. Opiniões são tratadas como fatos. Gente sem preparo se coloca como autoridade em assuntos que exigem anos de estudo. E aqueles que sabem do que falam, muitas vezes, são silenciados pelo barulho da ignorância.

Mas então, o que podemos fazer? Será que os inteligentes precisam se tornar mais barulhentos? Será que o caminho é gritar tão alto quanto os ignorantes? Talvez a resposta não esteja na disputa de volume, mas na persistência da verdade. A voz da dúvida pode ser silenciosa, mas é resistente. Enquanto os que não pensam se afogam nas certezas frágeis, os que duvidam constroem pontes para o conhecimento.

Isso não significa que devemos nos calar diante da ignorância, mas que precisamos insistir na importância do pensamento crítico. Se as certezas sem fundamento são espalhadas com facilidade, cabe a nós multiplicar as perguntas, incentivar a curiosidade e promover diálogos que levem as pessoas a refletirem sobre o que acreditam.

É preciso, acima de tudo, coragem para dizer "eu não sei" e buscar respostas. É preciso força para não se deixar levar pelo fluxo de opiniões vazias e se apegar à verdade, mesmo quando ela é difícil de aceitar. É preciso paciência para continuar aprendendo, mesmo quando o mundo parece recompensar quem apenas repete frases prontas.

Se você sente que vive cheio de dúvidas, que está sempre tentando entender melhor o mundo, que não consegue aceitar respostas fáceis para questões complexas, saiba que isso não é uma fraqueza. Pelo contrário, essa é uma das maiores forças que alguém pode ter. O mundo precisa de mais pessoas que se permitam duvidar, que escolham pensar antes de falar, que valorizem o conhecimento acima da necessidade de parecer certo o tempo todo.

A dúvida tem uma força que poucos percebem. Ela nos obriga a aprender. Quem duvida está sempre em movimento, sempre buscando, sempre crescendo. E isso, no final das contas, é o que faz a diferença. O conhecimento verdadeiro não vem de certezas absolutas, mas da capacidade de questionar e evoluir.

Não se deixe intimidar pelas vozes que gritam certezas vazias. Continue buscando, continue questionando, continue aprendendo. No final das contas, a verdade pode não ser tão rápida quanto a mentira, mas ela sempre encontra um jeito de prevalecer. E a inteligência, mesmo silenciosa, sempre será mais poderosa do que qualquer grito de ignorância.

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