Psicoterapia

Obesidade e Emoções: O Peso das Dinâmicas Psicológicas e Familiares

Por muito tempo, a obesidade foi tratada como um problema exclusivamente físico, reduzida a uma questão de calorias e exercícios. Contudo, estudos psicológicos e relatos de especialistas como Susie Orbach e Virginia Satir nos mostram que o peso carrega significados muito mais profundos, muitas vezes ligados a conflitos emocionais e familiares. Para além da balança, a obesidade pode ser compreendida como um mecanismo de defesa, um reflexo de lealdades inconscientes e até uma manifestação de crenças limitantes.

Por Psicóloga Daniela Cracel

06/01/2025 às 17:46:01 - Atualizado há
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Quando a Gordura Protege e Aprisiona

Susie Orbach, em seu livro Fat is a Feminist Issue, descreve a gordura como uma "armadura emocional". Para muitas pessoas, o peso é uma resposta a traumas emocionais, uma tentativa de afastar a dor externa – como rejeição, abandono ou crítica – enquanto perpetua o sofrimento interno. Esse paradoxo é central: o corpo busca se proteger, mas também aprisiona o indivíduo em um ciclo de desconexão emocional.

A obesidade, nesse sentido, não é apenas uma consequência de escolhas alimentares ou sedentarismo, mas um reflexo físico de experiências psíquicas mal resolvidas. É o corpo expressando aquilo que a mente tenta reprimir.

Lealdade Familiar: Quando o Peso Simboliza Conexões

Virginia Satir, terapeuta familiar, explora um conceito ainda mais intrigante: a obesidade como um elo de lealdade inconsciente. Muitas pessoas mantêm comportamentos prejudiciais como forma de honrar figuras familiares ou preservar dinâmicas emocionais disfuncionais. Para algumas mulheres, por exemplo, o peso pode ser uma maneira inconsciente de se conectar com a mãe ou perpetuar padrões familiares que associam sofrimento à pertença.

A gordura também pode simbolizar uma crença de não merecimento. Pessoas com obesidade frequentemente carregam a sensação de que não são dignas de amor ou felicidade plena. Essa autossabotagem emocional reforça o ciclo de isolamento e dificuldade de mudança, exigindo um trabalho psicológico profundo para ressignificar essas crenças.

Exemplos Públicos: Como o Peso Reflete Emoções

Casos de celebridades como Oprah Winfrey e Adele exemplificam essas conexões emocionais. Oprah falou abertamente sobre como usava a comida para preencher vazios emocionais criados por traumas de infância. Já Adele, após uma transformação física marcante, afirmou que sua perda de peso estava ligada à superação de traumas e ao resgate de sua autoestima.

Essas histórias mostram que lidar com a obesidade exige mais do que disciplina física. É preciso entender as camadas emocionais por trás do peso e trabalhar para desfazer os vínculos psíquicos que o mantêm.

Gordura e Metáforas Psicológicas

A gordura, na perspectiva psicológica, é frequentemente carregada de significados simbólicos. Três metáforas ajudam a ilustrar seu impacto emocional:

  • Proteção: Como uma armadura, ela blinda o indivíduo de ameaças externas, mas também dificulta a conexão com emoções e pessoas.
  • Merecimento: Simboliza bloqueios emocionais, reforçando a sensação de indignidade.
  • Lealdade: Representa vínculos familiares inconscientes, muitas vezes ligados à preservação de padrões disfuncionais.

Uma Transformação Holística: O Método Borbolete-se

Para lidar com esses bloqueios emocionais e transformar a relação com o corpo, surgem abordagens integrativas como o Método Borbolete-se. Criado em 2024, o método promove uma "metamorfose interior", ajudando indivíduos a liberar crenças limitantes e a resgatar o merecimento de uma vida saudável.


Psicóloga Daniela Cracel

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