Com o Big Brother Brasil no auge, é impossível ignorar a avalanche de memes e piadas nas redes sociais. Embora pareçam apenas uma diversão passageira, muitas dessas brincadeiras escondem preconceitos enraizados, especialmente em relação às mulheres, frequentemente reduzidas a estereótipos.
Grazi Massafera, conhecida por sua beleza e loirice, foi alvo de piadas como "bonita, loira e burra" durante sua participação no programa. Esses rótulos refletem como as mulheres são, muitas vezes, valorizadas pela aparência e não pelo potencial. O problema é ainda mais evidente quando mulheres negras, como Sol Viegas, enfrentam julgamentos duplos: criticadas por suas habilidades — como a falta de talento para cantar — e por preconceitos raciais. Djamila Ribeiro e bell hooks exploram como mulheres negras são frequentemente silenciadas ou ridicularizadas, tendo suas lutas ignoradas.
Enquanto Sabrina Sato e Grazi Massafera conquistaram espaço na mídia com beleza e carisma, mulheres negras como Sol enfrentam desafios maiores, sendo julgadas tanto por sua identidade quanto por seus comportamentos. O racismo estrutural no Brasil, como destaca Lélia Gonzalez, se revela na forma como essas mulheres são reduzidas e desconsideradas.
Consumir entretenimento exige reflexão sobre as mensagens que perpetuamos. O empoderamento feminino não está em transformar a dor em piada, mas em ouvir e respeitar as histórias das mulheres. Como bell hooks enfatiza, o verdadeiro empoderamento nasce do respeito e da visibilidade. Precisamos reconhecer essas vivências e permitir que narrativas de resistência e força tomem o lugar da ridicularização. Afinal, dar voz às mulheres é um passo essencial para transformar dores em empoderamento.